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Entrevista com Pisatché, o maestro da tatuagem de ficção científica

Explorando a fusão da animação japonesa dos anos 80 e da arte moderna da tatuagem

Junte-se a nós para uma entrevista exclusiva com Pisatché, um renomado tatuador coreano cujo trabalho é uma mistura fascinante de mecânica, ficção científica e anime. Desde que iniciou sua carreira na tatuagem em novembro de 2018, Pisatché evoluiu continuamente seu estilo, inspirando-se profundamente nos detalhes complexos e na beleza da animação japonesa dos anos 80. Nesta conversa, ele compartilha seu processo criativo, os desafios de tatuar designs humanóides e robóticos e sua paixão por dar vida à estética icônica do anime através de sua arte. Descubra a história por trás de seu fascínio pela cultura japonesa e como ela molda suas criações exclusivas.

O que inicialmente atraiu você para o mundo da tatuagem e como você decidiu seguir essa carreira?

Sempre adorei desenhar, desde quando estava na escola. Quando me tornei adulto, vi pela primeira vez uma tatuagem no corpo de alguém e fiquei fascinado com a ideia de que meus desenhos pudessem ficar gravados permanentemente na pele das pessoas. Essa constatação despertou meu interesse por tatuagens e comecei a aprender o ofício. Ao longo dos anos, meu trabalho evoluiu de tatuagens pretas realistas e de desenho animado para designs mais coloridos e complexos, refletindo meu crescimento e expandindo minha visão artística.

Você pode descrever a evolução do seu estilo desde que começou em novembro de 2018?

Com certeza! Quando comecei, em novembro de 2018, explorei todos os tipos de estilos para descobrir o que mais ressoava em mim. Refletindo sobre minhas preferências, percebi desde muito jovem meu profundo amor por quadrinhos e animação. Isso me levou a desenvolver um estilo único que combina essas influências com uma estética mecânica que considero intrigante. Meu trabalho continua a evoluir à medida que refino e expresso esses elementos de maneiras novas e inovadoras. Continuo experimentando e crescendo, sempre me esforçando para ultrapassar os limites da minha expressão artística.

Quando você se interessou por anime e ficção científica japonesa e como esse interesse se desenvolveu ao longo do tempo?

Não sei exatamente quando começou meu interesse, mas tudo começou com o anime “AKIRA”. Os detalhes mecânicos e a beleza da animação me cativaram e fiquei fascinado pela fluidez e complexidade dos movimentos. Tenho um profundo respeito e amor por esse nível de arte. Essa paixão me levou a incorporar elementos mecânicos semelhantes em meus próprios trabalhos. Recentemente, tenho me concentrado na criação de peças de arte maiores, com o objetivo de capturar e expressar essa mesma sensação mecânica em grande escala.

Quais aspectos da animação japonesa dos anos 80 mais inspiram você e como você incorpora esses elementos em suas tatuagens?

A animação japonesa dos anos 80, especialmente os seus designs mecânicos, inspira-me muito. O que me fascina é o equilíbrio entre elementos duros e sólidos e curvas suaves e naturais. Esta combinação cria um contraste dinâmico e visualmente envolvente. Eu me esforço para incorporar esse equilíbrio em minhas tatuagens, misturando peças mecânicas rígidas e detalhadas com linhas mais suaves e fluidas. Essa abordagem acrescenta profundidade e complexidade ao meu trabalho, fazendo com que os designs pareçam estruturados e orgânicos.

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Quais técnicas ou métodos artísticos específicos você usa para capturar os detalhes complexos encontrados na animação japonesa?

Não me apoio em nenhum método específico. Em vez disso, mergulho nos desenhos e animações daquela época, estudando-os de perto. Observo os detalhados elementos mecânicos representados e penso em como posso traduzi-los em meu próprio trabalho. Também me inspiro nos elementos mecânicos que vejo ao meu redor, incorporando-os nos meus designs. Essa abordagem me permite criar tatuagens que capturam a essência e a complexidade da animação japonesa dos anos 80 de uma forma mais personalizada.

Você pode compartilhar um pouco sobre seu processo criativo ao desenhar suas tatuagens?

Claro! O processo criativo de cada pessoa é único, e o meu começa com a compreensão do tamanho e do local da tatuagem. Primeiro confiro aonde a tatuagem será feita para garantir que ela se encaixe perfeitamente. Dependendo da área, decido se desenho uma peça menor ou crio algo que flua livremente pelo corpo do cliente. Em seguida, reúno vários materiais artísticos e inspirações para moldar meu design. É importante para mim que a tatuagem seja uma criação colaborativa, por isso sempre me envolvo em discussões aprofundadas com meus clientes para garantir que a visão deles esteja integrada à minha. Esta abordagem colaborativa é crucial para criar uma tatuagem que deixe tanto eu quanto o cliente satisfeitos.

Quais desafios você enfrenta ao tatuar desenhos humanóides e robóticos e como você os supera?

É sempre um desafio, principalmente porque não tenho uma educação formal em anatomia. Para superar isso, passo muito tempo estudando e entendendo a estrutura óssea antes de começar a projetar. Essa base é crucial porque se a base anatômica estiver incorreta, todo o desenho pode ficar errado. Garantir uma compreensão sólida da estrutura subjacente me ajuda a criar tatuagens precisas e esteticamente agradáveis. Esta abordagem meticulosa, embora difícil, é essencial para alcançar os resultados desejados.

Como você se mantém atualizado com as últimas tendências e inovações tanto na indústria da tatuagem como no mundo do anime e da ficção científica?

Essa é uma pergunta interessante! Para mim, manter-me atualizado vai além de apenas seguir tendências. Almejo expressar minha arte de várias formas, não apenas através de tatuagens. Tal como os artistas que criam esculturas e pinturas, quero explorar diferentes métodos para mostrar a minha criatividade. Busco continuamente inspiração nos últimos animes e ficção científica, observando como esses gêneros evoluem. Ao integrar estas influências no meu trabalho, pretendo manter a minha arte fresca e inovadora, seja através de tatuagens ou outros meios artísticos.

Você tem algum projeto ou tatuagem favorita em que trabalhou e o que os tornou especiais para você?

Gostei de muitos projetos, mas um dos meus favoritos é um desenho em forma de morcego que fiz nas costas de um cliente. O que tornou esta peça especial foi que ela se assemelhava a um manual de montagem, que era ao mesmo tempo desafiador e emocionante de criar. Adapta-se perfeitamente ao corpo da cliente, realçando a estética geral. Além disso, a tatuagem cicatrizou lindamente, o que é sempre gratificante. Este projeto destaca-se porque combinou perfeitamente criatividade, competência técnica e a visão do cliente, resultando numa peça que nos deixou extremamente satisfeitos.

Que conselho você daria aos aspirantes a tatuadores que desejam explorar temas semelhantes ao seu?

A arte é, em sua essência, uma expressão de si próprio. Para aspirantes a tatuadores, uma certa imitação pode ser benéfica, pois ajuda você a encontrar e refinar seu próprio estilo. Meu conselho é observar e absorver constantemente o mundo ao seu redor. Veja e sinta tantas coisas quanto possível e reserve um tempo para estudá-las lenta e cuidadosamente. Esta prática ajudará no seu crescimento artístico e no desenvolvimento de uma perspectiva única em seu trabalho. Abrace a jornada de aprendizado contínuo e autoexpressão.

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